Amigos Bolachudos

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sobre a minha tristeza

Antes de mais, quero agradecer a todas as que me deram empurrões de mimo, carinho e ânimo.
De coração, digo-vos: obrigada.

Mas eu estou bem, sabem? A sério. O facto de eu estar triste, não significa que eu seja triste, são realidades diferentes. Não estou doente e não me sinto deprimida. Simplesmente, esta é a minha maneira de ser, e que tenho aprimorado com o tempo e com as experiências de vida - gosto de sentir tudo e de todas as maneiras. Ou, se não gosto, tento não fugir das sensações e das emoções menos boas. Aliás, faço minhas as palavras de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de F. Pessoa: "Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. /
Sentir tudo de todas as maneiras" 


Somo seres emocionais. A nossa riqueza sensitiva permite-nos experimentar uma vasta gama de emoções, incluindo as que são menos agradáveis, tais como a tristeza, o ciúme, a inveja, a raiva. Não podemos fazer de conta que não as sentimos, temos de vivê-las e de aprender com elas a conhecer-nos. Eu sei que estamos numa sociedade que valoriza o prazer, a comodidade... Obviamente que todos nós buscamos a felicidade e o bem estar, mas nunca poderemos evitar a morte, a injustiça, o egoísmo e a indiferença dos outros e tantas situações que nos trazem sofrimento. Por isso, eu defendo a ideia de que, se estamos tristes, devemos sentir essa tristeza; se sentimos raiva e mágoa, temos de expressá-las; se temos inveja ou ciúmes, não faz mal, é humano, basta tentar compreender porquê... Tentar reagir às emoções desagradáveis, muitas vezes, é uma forma de fugir ou de as entranhar ainda mais. É que elas não vão embora assim de repente, ficam  mas é lá no fundo, bem agarradinhas... Julgamos que foram embora, que não! que não estou nada desanimada, deixa-me lá ir à luta!, isto não é nada e a vida continua... Mas, na maior parte das vezes, eu verifico que a dor continua escondida e a fazer estragos maiores do que se tivesse saído no momento certo.

Atenção que eu não defendo que não se reaja em determinadas situações. Por exemplo, quando a tristeza dá lugar à depressão; quando a raiva é incontrolável e violenta; quando a inveja nos faz ser azedos e destrutivos... e por aí fora...
Ufa, acho que consegui dizer tudo. Será que consegui explicar-me bem?!

Não existe ninguém que esteja sempre feliz e bem disposto. Eu preciso da minha melancolia, eu preciso dos meus ímpetos de mau génio para passar, novamente, à alegria e à boa disposição. A melancolia ajuda-me a serenar o espírito e a ver melhor, quando as águas estão turvas; os acessos tempestivos de mau génio são purificadores e desintoxicantes.
Isto para não falar dos meus ataques de idiotice filosófica - será que alguém está a perceber alguma coisa?


Eu estou bem, gente, não se preocupem. Inclusivamente, eu e as bombocas fartamo-nos de cantar hoje, às 6h50 da manhã, a "Ó Laurindinha, fecha a janela". Experimentem!! É ótimo!!!! Usem uma voz fininha, soltem os pulmões e cantem: "Ó Laurindiiiiiiinha, fech'áááá janeeeeeela..." O Zé Biscoito está em Lisboa e não temos vizinhos, ceeeerto?


8 comentários:

Paula disse...

Pela foto abaixo,esta Maria não me parece assim tão bolacha...mas cada um lá sabe de si.Tens duas bombokas muito giras que precisam do teu exemplo!
Ninguem consegue estar feliz o tempo todo,nem a fingir...mas é sempre bom quando as nuvens se afastam e o sorriso volta espontaneo...
Beijo.

Maria disse...

Eu entendi. Catarse.

lev disse...

A Bolacha que aqui anda é daquelas light ehehehe
Percebo-te perfeitamente, tenho dias que estou triste e preciso disso, mas não sou triste, mas já fui triste e era depressão mas está tratada!! Sei distinguir bem...beijinhos

Alex disse...

Conseguiste explicar-te e muito bem! Entendi e concordo, mas também é o nosso papel levantar a malta para cima e assim entendemos o recapdo: "pah eu estou bem assim larguem-me a berguilha" :)

Começar o dia a cantar é do melhor. Nós lá em casa é um inédito inventado quando ainda estava grávida lol e canto todos os dias para o pirralhinho ele adora :-)

Anónimo disse...

:)))) Entendi e concordo com tudo...!


Simplesmente tu, verdadeira.

Um beijinho e boas cantigas:)

Alexandra disse...

E já experimentas-te "Oh Sr de Matosinhos, Oh Sra da Boa Hora..." é bem bom!
Compreendo-te, concordo e tento fazer o mesmo. É por isso que gosto muito de estar comigo (leia-se sozinha!!!, necessito de momentos só meus e só para mim!)
Costumo dizer que a vida é para se ir vivendo...
Abraços... e tu também és uma querida, mesmo em versão mais séria!

Sweet68 disse...

Não interessa o quanto pesamos, interessa se nos sentimos bem no nosso corpo ou não. Quem me dera estar como tu, só te digo. Agora continua a filosofar para a frente que ao menos deitas cá para fora. Beijo

Anónimo disse...

Agora percebi!
E fiquei mais descansada, porque estava mesmo a ficar preocupada contigo (é o meu sentido protector). Aliás, pelas fotos dá para perceber que tens muita alegria à tua volta e, tens razão, tu não és gorda.
Bjs e continua a desabafar conosco se te faz bem, que eu prometo que não te chateio mais (eu sei que às vezes sou um bocado chata com esta minha mania de tentar resolver os problemas dos outros...)
Bjs grandes!